segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Escolhendo a carreira certa

Há alguns anos se discutia muito sobre a possível extinção de alguns postos de trabalho em virtude do avanço da tecnologia. A substituição de empregados por máquinas, realmente aconteceu e ainda terá muita incidência nos próximos anos. Entretanto, isso não diminiu o espaço para o ser humano, ao contrário disso, ampliou o seu campo de atuação e deu vazão ao que vamos chamar aqui de era intelectual.

A era intelectual iniciou-se antes mesmo de toda essa mudança no mercado, afinal, tivemos envolvidas em todo esse avanço de tecnologia, pessoas com as mais diversas competências, o que não nos deixa dúvida de que o perfil do atual profissional, seja qual for a área, mudou significativamente,  além do aumento grandioso das áreas de atuação. Logo entendemos que  oferta de emprego é algo que nunca vai faltar.

Mas diante de tantas mudanças, profissões diferentes, como escolher o caminho certo para traçar minha carreira? É claro que a primeira resposta é “faça o que gosta”, e sem dúvida isso é essencial, mas se o jovem se baseia apenas nesse critério, poderá correr o risco de escolher uma profissão que tornará muito difícil o ingresso no mercado. Por outro lado, escolher uma profissão pelo momento, só pelo fato de existir uma demanda muito grande  também é um ledo erro, pois o mundo muda e as tendências mudam, o que resulta em um reposicionamento constante na demanda por profissionais. Unindo ambos os critérios é que se pode fazer uma escolha próxima da ideal, ou seja, além da identificação com a área deve-se levar em conta a atuação que o profissional em determinado curso tem no mercado.

Muito simples, mas mesmo com todo esse bom senso, temos situações diversas em nosso cenário hoje. Uma delas é que boa parte dos jovens termina o ensino médio e já vai tentar entrar para a Universidade, sem noção nenhuma do que escolher, pois não teve nenhum contato com o mercado de trabalho. A princípio, cultivar o hábito de pesquisar e acompanhar as tendências é o primeiro passo. Outra saída que alguns jovens encontram é procurar por orientação vocacional que é fornecida, normalmente por psicólogos que avaliam o perfil do jovem e podem dar uma ideia do que eles podem fazer.

Hoje existem também os programas de aprendizagem, que fornecem a oportunidade ao jovem de vivenciar algumas experiencias profissionais em empresas, antes mesmo de concluir a educação básica. Esses programas contemplam um arco ocupacional desenhado pela empresa em parceria com uma instituição formadora, permitindo que o jovem adquira uma experiência relativamente longa em diversas áreas.  Parte desses jovens se identificam com alguma atividade e, a partir daí, conseguem iniciar sua carreira.

E se mesmo depois de tantas alternativas não for fácil escolher, vale entrar para a massa e tentar iniciar a vida profissional antes da universitária. Muitos bons profissionais de hoje, não entraram na faculdade imediatamente após a conclusão do ensino básico. E quando isso acontece a chance de se errar na escolha é quase nula. Por experiência posso garantir, pois antes de iniciar minha vida profissional, já quis ser professora, atriz, cineasta e até médica, fui e voltei várias vezes, até entender minha condição social e verdadeira vocação. Hoje estou aqui e vos falo como uma profissional de Recursos Humanos que ama o que faz, e tem certeza que é essa a profissão que lhe trará bons frutos.

Ah Moçada, só um aviso: Não vale esperar muito, pois para o sucesso no trabalho, quem apenas espera, nunca alcança.

Por Caroline Amorim

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Valores: uma filosofia nada prática

Na área de humanas, nos tempos da universidade aprendemos um pouco sobre Missão, Visão e Valores nas organizações. Nunca de fato havia parado para pensar no assunto de modo tão profundo como veio pensando ultimamente.
Poxa como é importante que uma organização tenha seus valores bem definidos e praticados não é mesmo? Ora claro que é bom, na verdade é essencial e sabemos muito bem disso, ou pelo menos a maioria de nós sabe, mesmo que tacitamente.

No início da carreira o jovem tem uma facilidade imensa em se adaptar aos valores de qualquer organização que a ele for apresentada, e isso não é ruim, é, na verdade, bem característico de um jovem recém formado, cheio de gás e espaço para aprender, entretanto, característico também de sua análise muito superficial em relação ao assunto. E quando ele entra na empresa, a sua sede por desenvolvimento é tamanha a ponto de não observar se realmente aqueles valores anunciados são de fato coerentes com as práticas da empresa.
A experiência
Em meus trabalhos com equipes, mais precisamente em integrações para novos funcionários tenho o hábito de convidar os participantes para um momento de avaliação da empresa, assim como são avaliados, principalmente durante os primeiros meses de trabalho. Essa avaliação é uma via de mão dupla, afinal, o colaborador deve analisar o quanto é importante para ele fazer parte da organização. Obviamente com a atividade da empresa e com as atividades que lhe foram atribuídas, ele irá se identificar, mas será que a metodologia adotada pela empresa está de acordo com o que ele considera correto, adequado e/ou ético? Será que os meios justificam os fins? Eu não tinha noção do peso dessa mensagem até compreender que eu estava pedindo que eles avaliassem os valores da empresa.
Em alguns momentos da minha carreira tive um retorno muito rápido com essa atuação, e que interferiu diretamente em números tangíveis para a empresa. A mensagem foi determinante para que as pessoas optassem por ficar ou não na empresa justamente em seu período de experiência. Bom para a empresa, bom para o profissional. A empresa se livra de ônus rescisórios, investimento incerto em mão de obra e, principalmente, percebe que existe um problema, uma vez que o profissional opta por não ficar. O profissional por sua vez, percebendo que não irá se adaptar ao ambiente e ao modo como a empresa se posiciona perante o mercado, economiza esforços físico, mentais e emocionais e conserva seu bem mais precioso que nada mais é do que o tempo.
O problema
Parece que alguns valores anunciados não eram realmente praticados na organização? Fácil chegar a essa conclusão como funcionário. Hoje percebo o quanto isso é forte para manter o talento da empresa. Mas será que isso é um problema da companhia? Será que realmente foi falta de identificação? Será que o profissional não se adaptou ao modelo de gestão? Tantas perguntas, mas nenhum diagnóstico preciso, pois as variáveis são muitas e, por mais que existam premissas bem definidas, o mundo em que vivemos não permite uma rotina. As mudanças, a instabilidade do mercado e o avanço das tecnologias e globalização influenciam significativamente nesse aspecto, logo, ninguém tem culpa no cartório.
A solução
De todo modo, é importante que as organizações estabeleçam um fluxo no mínimo lógico para incutir uma cultura de valores. O que significa? Que as boas práticas precisam ser analisadas quanto à sua aplicabilidade e não apenas quanto às suas tendências, e também em relação à maturidade da organização em compreender o que elas significam.
Coerência é o primeiro fator a ser explorado para uma imposição de valores, por exemplo, quando dizemos que somos honestos, temos que de fato ser e, para isso, é interessante que façamos o caminho contrário, ou seja, praticar a honestidade antes de declarar-se honesto. E como a prática leva à quase perfeição, é inevitável que, independente da característica trabalhada, a transparência apareça naturalmente, quem faz o que diz ou diz o que faz é, naturalmente, muito transparente, valor que um bom número de empresas prega hoje, mas que infelizmente não praticam apenas por não ser praticável, mas a consequência de uma série de outras boas práticas.



Por Caroline Amorim